Uma semana depois de registrar sua pior audiência, o “Fantástico” apostou num número maior de reportagens com a violência urbana como um dos elementos narrativos. A edição deste fim de semana abriu com a entrevista do novo advogado do casal Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá e as mudanças que poderão surgir neste caso que mobilizou o brasileiro. Um pouco mais adiante, a revista eletrônica da Globo mostrou ou conflitos rurais que já mataram 800 pessoas no Pará, o toque de recolher para jovens no interior de São Paulo e a luta pela vida de Juliana (bebê prematura que teve a mãe assassinada num cruzamento no Rio de Janeiro). Para quebrar o clima mais pesado, o “Fantástico” exibiu uma reportagem com a ex-BBB Naiá e estreou o quadro de humor “Cilada”. Também entrou no ar mais uma reportagem sobre transplantes conduzida pelo médico Drauzio Varella. A série é muito bem feita, mas os episódios são longos, o que pode prejudicar seu resultado. Na Record, o “Domingo Espetacular” realizou pautas muito semelhantes sobre o “Toque de Recolher”, a reviravolta no caso Nardoni e os dias de Juliana na UTI de um hospital público. Mais do que discutir quem imita quem, as pautas do “Domingo Espetacular” e “Fantástico” mostram que a violência voltou a ser a arma preferida das emissoras de TV para conquistar audiência. Basta ligar o televisor para ver no vídeo uma bala perdida, sofrimento de crianças, miséria…
A televisão brasileira precisa prestar serviço e não pode maquiar a nossa realidade, mas exagerar na dose de violência pode ser um tiro contra o próprio pé, afinal a mesma pessoa que agora fica vidrado em cenas reais e tensas mais, cedo ou mais tarde estará estressada com tanta violência e trocará de canal no primeiro sinal de apelação. O equilíbrio é fundamental e domingo é dia de relaxar para que possamos enfrentar mais uma semana de tensão nas ruas, brigas no trânsito, cobranças e balas perdidas no trabalho, preocupações com a conta bancária ….
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