16 abril 2009

História Surpresa (Toda Quinta) Romeu e Julieta

Por: Matheus

Inadequado para menores de 10 anos.


1ª capitulo :

Verona. Uma praça pública. Entram Sansão e Gregório, armados de espada e broquel.

SANSÃO — Por minha palavra, Gregório: não devemos levar desaforo para casa.
GREGÓRIO — É certo; para não ficarmos desaforados.
SANSÃO — O que quero dizer é que quando eu fico encolerizado puxo logo da espada.
GREGÓRIO — Sim, mas se quiseres viver, toma cuidado para não ficares encolarinhado.
SANSÃO — Quando me irritam, eu ataco prontamente.
GREGÓRIO — Mas não te irritas prontamente para atacar.
SANSÃO — Até um cachorro da casa dos Montecchios me deixa irritado.
GREGÓRIO — Ficar irritado é pôr-se em movimento, e ser valente é estacar. Logo, se ficares irritado, pôr-te-ás a correr.
SANSÃO — Um cachorro daquela casa me fará fazer pé firme. Encostar-me-ei na parede contra qualquer homem ou rapariga da casa de Montecchio.
GREGÓRIO — Isso prova que não passas de um escravo fraco, porque o mais fraco é que se encosta à parede.
SANSÃO — É certo; é por isso que as mulheres, como vasilhas mais fracas, são sempre encostadas à parede. Por isso, afastarei da parede os homens de Montecchio e encostarei nela as raparigas.
GREGÓRIO — A pendência é entre nossos amos e nós, seus servidores.
SANSÃO — Pouco importa; hei de revelar-me tirano: depois de lutar com os homens, serei cruel com as raparigas; arranharei a pele de todas as virgens.
GREGÓRIO — Como! A pele de todas as virgens?
SANSÃO — Perfeitamente; a pele de todas as virgens, ou sua pele de virgem. Interpreta isso no sentido que quiseres.
GREGÓRIO — As que o sentirem, que o interpretem no seu verdadeiro sentido.
SANSÃO — A mim elas terão de sentir, enquanto eu for capaz de resistir, pois bem sabes que sou um belo pedaço de carne.
GREGÓRIO — É bom que não sejas peixe; porque se o fosses, não passarias de bacalhau. Vamos; arranca teus instrumentos, que ai vêm vindo dois da casa de Montecchio.
(Entram Abraão e Baltasar.)
SANSÃO — Minha arma nua já está fora; briga tu que eu defenderei tuas costas.
GREGÓRIO — Como assim? Viras as costas e corres?
SANSÃO — Não tenhas medo de mim.
GREGÓRIO — Ora essa! Eu, ter medo de ti?
SANSÃO — Fiquemos com a lei do nosso lado; eles que principiem.
GREGÓRIO — Vou franzir o rosto, quando passar por eles; e eles que interpretem isso como entenderem.
SANSÃO — Não; como ousarem. Vou morder o polegar, o que para eles será desonroso, no caso de não retrucarem.
ABRAÃO — É para nós que estais mordendo o polegar, senhor?
SANSÃO — Estou mordendo o polegar, senhor.
ABRAÃO — É para nós que mordeis o polegar, senhor?
SANSÃO (à parte, a Gregório) – Se eu disser que sim, ficaremos com a lei de nosso lado?
GREGÓRIO (à parte, a Sansão) – Não.
SANSÃO — Não, senhor; não é para vós que estou mordendo o polegar; mas estou mordendo o polegar, senhor.
GREGÓRIO — Estais querendo brigar, senhor?
ABRAÃO – Eu, senhor, querendo brigar? Não, senhor.
SANSÃO — Porque, se o quiserdes, senhor, estou às vossas ordens; sirvo a um senhor tão bom quanto o vosso.
ABRAÃO — Porém não melhor.
SANSÃO — Perfeitamente, senhor.
GREGÓRIO (à parte, a Sansão) – Dize "melhor"; aí vem vindo um parente de nosso amo.
SANSÃO — Sim, senhor: melhor.
ABRAÃO — Estais mentindo.
SANSÃO — Desembainhai, se fordes homem! Gregório, não te esqueças de teu bote de fundo.
(Batem-se.)
(Entra Benvólio.)
BENVÓLIO — Loucos, parai com isso! Guardai vossas espadas. Não sabeis o que fazeis.
(Entra Tebaldo.)
TEBALDO — Como! Sacas da espada contra uns pobres corçozinhos sem força? Aqui, Benvólio! Vem encarar a morte!
BENVÓLIO — Procurava separar esta gente. Guarda a espada e me ajuda a acalmá-los.
TEBALDO — Como! Falas em paz e a espada arrancas? Tão grande ódio tenho a esse termo como ao próprio inferno, a todos os Montecchios e a ti mesmo. Defende-te, covarde!
(Batem-se.)
(Entram partidários das duas casas, que se misturam com os combatentes; depois entram cidadãos, armados de paus e partasanas.)
CIDADÃOS — Varas e partasanas! Derrubai-os! Descei o pau! Abaixo os Capuletos! Fora os Montecchios!

Quinta descubra o que vai acontecer...



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